domingo, 28 de fevereiro de 2016

Sistema Digestório - Part. 3 - Faringe, Esôfago e Estômago.






Seguindo sobre o Sistema Digestório, vamos aprofundar sobre faringe, esôfago e estômago. Dando ênfase no estômago, que vai diferir entre monogástricos - possuem apenas 1 estômago -, e os poligástricos - possuem 4 estômagos-.

 
Faringe:

A faringe é a passagem comum de alimento e ar, caudal as cavidades oral e nasal, sendo revestida por mucosa e circundada por músculos. A faringe pode ser dividida de forma arbitrária em parte nasal da faringe (nasofaringe), parte oral da faringe (orofaringe) e a parte laríngea da faringe (laringofaringe), assim denominadas por sua associação a essas regiões.

Os músculos das paredes da faringe são responsáveis pelo direcionamento apropiado do ar, do alimento e líquidos, de tal maneira que o ar da cavidade nasal é direcionado para a laringe ventral e o alimento e líquidos vão para o esôfago dorsal. Assim, as vias do ar e das substâncias deglutidas precisam cruzar-se na faringe; a disfunção faríngea pode ter consequências graves para a via respiratória, que precisa ser protegida para que nela não entre qualquer alimento.

O recesso faríngeo no equino é um nicho mediano no ângulo caudodorsal da parte nasal da faringe (nasofaringe). o suíno tem um divertículo faríngeo que se abre na parede dorsal da faringe, perto do começo do esôfago. Ao passar uma sonda gástrica ou administrar medicações, é preciso cuidado para que ela não entre no divertículo.

Esôfago: 

O esôfago é um tubo muscular que se estende da faringe ao estômago, caudal ao diafragma. A extremidade adja ente à faringe é mantida fechada pelo M. cricofaríngeo, que passa de sua origem na cartilagem cricóidea sobre o aspecto dorsal da esôfago proximal. Embora não seja um musculo esfíncter no senso estrito, o movimento desse musculo comprime a abertura do esôfago contra a cartilagem cricóidea, funcionando como um esfíncter para essa extremidade do esôfago. 

A partir da faringe o esôfago dorsal a traqueia e em geral inclina-se um pouco para a esquerda no pescoço, na região mesocervical, passando novamente dorsal à traqueia, e a aorta, através do mediastino, atravessando o diafragma no hiato esofágico. Na cavidade abdominal, o esôfago une-se ao estômago. 
A mucosa do esôfago tem pregas longitudinais proeminentes que permitem considerável dilatação transversal do lúmen para acomodar a passagem do bolo alimentar. O epitélio é o tipo pavimentoso estratificado, sendo mais ou menos queratinizado de acordo com a aspereza do alimento habitual. A túnica muscular do esôfago consiste em duas camadas que se cruzam obliquamente na parte proximal do esôfago, assume uma configuração espiralada na região mesoesofágica e forma uma camada interna circular e uma externa longitudinal nas partes mais distais. O músculo muda de estriado para liso no terço caudal do esôfago em equinos e logo cranial em suínos, mas em ruminantes é estriado em todo seu comprimento.



Esôfago de Humano
Fonte: google.com

Estômago dos não ruminantes:

Nos não ruminantes (equinos, suinos, carnívoros e onívoros), o estômago fica caudal ao lado esquerdo do diafragma. Nessas espécies, às vezes ele é descrito como um estômagp simples. O termo obsoleno monogástrico não deve ser usado porque perpetua a concepção errônea de que os ruminantes têm mais de um estômago, embora na verdade eles tenham um estômago único co múltiplos compartilhamentos. 
 O estômago simples é subdividido macroscopicamente em cárdia (sua entrada), fundo, corpo e região pilórica (sua saída); a região pilórica tem um músculo esfincteriano denso, denominado piloro, que controla o esvaziamento gástrico nas partes mais distais do trato digestório. O esôfago une-se ao estômago pela cárdia, uma parte do estômago assim denominada por sua proximidade com o coração. As paredes que circundam a cárdia têm um espessamento do músculo que constitui um esfíncter funcional, o esfíncter do cárdia. Esse músculo é especial// bem desenvolvido no equino, onde sua força impossobolitam que o equino vomite. A cárdia e o piloro ficam bastante juntos, dando ao estômago o aspecto de letra "C". Tal disposição resulta em um lado côncavo muito curto entre a cárdia e o piloro, conhecido como curvatura menor, e uma lado convexo muito mias longo, a curvatura maior. O grande abaulamento perto da cárdia é o fundo. 
No equino, o fundo é aumentado, criandoo saco cego, cuja mucosa é de epitélio pavimentoso estratificado e não glandular. O estômago do suíno tem uma bolsa semelhante, pórem menor, camada divertículo ventricular; a mucosa dessa parte do estômago do suíno é do tipo colunar simples e glandular típica. O corpo do estômago é a parte expansível, definida externamente pela curvatura maior. O tamanho do corpo gástrico é determinado em grande parte pelo grau de enchimento, ele se estreita à medida que o estômago se dobra ventral e à direita, tornando-se a região pilórica. Um esfincter muito forte, o piloro, regula a saída do estômago nessa região. 
No suíno, o piloro tem um alongamento muscular e gorduroso, o toro pilórico, cuja a função é desconhecida. A túnica muscular do estômago dispõe de 3 camadas descontinuas de músculo liso: uma longitudinal externa e uma circular média e uam oblíqua interna. O lúmen do estômago simples tem várias regiões histologicamente distintas cujos nomes são semelhantes às partes visíveis do estômago, mas infelizmente não tem correspondência direta com elas. Imediatamente circundando a cárdia está uma área de epitélio estratificado pavimentoso denominada de região esofágica. Esta região não aglandular é limitada em suínos, mas expandida em equinos, em que reveste o saco cego. É a região esofágica do estômago que se expande acentuadamente nos ruminantes, onde forra o compartimento gástrico anterior. Exclusivamente na região esofágica, a mucosa do estômago simples é glandular. À observação macroscópica, a mucosa aí apresenta pregas gástricas proeminentes que permitem a expansão do volume do estômago para acomodar o alimento. Em nível microscópico, o epitélio colunar da túnica mucosa ondula-se em pregas invaginadas que criam depressões denominadas fossetas gástricas. Uma transmissão do epitélio estratificado pavimentoso da região esofágica para o epitélio colunar na cárdia glandular. Tal transmissão é visivelmente evidente no equino, em que se denomina margem pregueada. 
 As glândulas cárdias são glandulas tubulares curtas e ramificadas cujo principal produto secretor é muco. A região cárdica do estômago de equinos é pequena, mas cobre quase a metade do interior do estômago de suínos. A região fúndica glandular forra muito do interior do estômago e certamente mais que o própio fundo. A glândula típica é a glândula fúndica, estas são glandulas tubulares simples que se abrem nas fossetas gástricas, onde descarregam suas secreções. A região pilórica glandular corresponde mais ou menos à região pilórica do estômago simples, as glândulas pilóricas são histologicamente semelhantes às cardias e, da mesma forma que elas, secretam muco. Células enteroendrócrinas estão dispersas por toda a mucosa do estômago glandular e secretam hormônios que afetam a atividade secretora e muscular do intestino e de seus orgãos acessórios, como por exemplo o fígado e o pâncreas.



Fonte: google.com






Estômago do Ruminante:

 O estômago dos ruminantes é, na verdade, um estômago simples modificado pela expansão acentuada da região esofágica em três divertículos distintos e volumosos, o Rúmen, Retículo e o Omaso, conhecidos coletivamente como compartilhamentos gástricos anteriores. Eles são revestidos por epitélio estratificado pavimentoso aglandular e compreendem uma série de câmaras onde o alimento e submetido à digestão por microorganismos antes de passar através do trato digestório para a parte menor e glandular do estômago dos ruminantes, o Abomasso. 

Ruminorretículo: 

Por sua relação funcional e anatômica, o retículo e o rúmen em geral são denominados de forma coletiva como ruminorretículo. A abertura do esôfago fica aproximadamente no nível do sétimo espaço intercostal e se abre no espaço dorsal comum ao rúmen e ao retículo. A mucosa na região da cárdia forma 2 pregas musculares fortes que, juntas, criam um sulco que se estende da cárdia ao omaso, o sulco ruminorreticular ou sulco esofágico gástrico ou reticular. Nos ruminantes lactentes, o ato de sugar inicia uma contração reflexa das paredes musculares do sulco, transformando-o em um tubo fechado que conecta a cárdia ao omaso. Por causa desse reflexo, o leite deglutido se desvia do ruminorreticulo e é liberado para as partes mais distais do estômago, assegurando que o leite não seja deglutido para fermentar no estômago anterior ou pré-estômago.

O retículo é o mais cranial dos compartilhamentos gástricos anterioes. Sua mucosa tem cristas que se interseccionam e justificam a designação do orgão como um "favo de mel". Objetos estranhos como arames ou pregos deglutidos costumam cair e permanecer no retículo; as contrações dessa parte podem forçar objetos pontiagudos através da parede do estômago, acarretando na reticulopericardite traumática. A localização do retículo imediatamente caudal ao diafragma o deixa oposto ao coração, com apenas o diafragma entre eles de modo que objetos pontiagudos também podem ir para o espaço pleural e pericárdio.

O retículo e o rúmen vulgo pança, são divididos ventralmente por uma prega ruminoreticular muscular espessa. O rúmen estende-se dessa prega até a pelve e preenche quase que inteiramente o lado esquerdo da cavidade abdominal; sua capacidade depende do tamanho do indivíduo, mas no bovino adulto varia de 100 a 235 litros.

O rúmen é subdividido internamente em compatilhamentos por pilares musculares, que correspondem a sulcos visíveis no exterior do orgão. Os pilares longitudinais direito e esquerdo formam um círculo constritor quase completo no plano horizontal e dividem o rúmen em saco dorsal e ventral. O saco dorsal é o maior compartlhamento, sendo contínuo cranialmente com o retículo sobre a prega ruminoreticular, de modo que os dois compartilhamentos compartilham um espaço dorsal.

Caudalmente, o saco dorsal é ainda subdividido pelos pilares coronários dorsais, que formam, que formam um círculo incompleto delimitado saco cego dorsal . A parte caudal do saco ventral forma um divertículo, o saco cego ventral, separado do resto do saco ventral pelos pilares coronários ventrais.

Como no restante dos compartilhamentos gástricos anteriores, a mucosa que reveste o rúmen é de epitélio estratificado pavimentoso aglandular. As partes mais ventrais de ambos os sacos do rúmen contêm numerosas papilas em forma de plumas com até 1 cm de comprimento, mas praticamente não há papilas na parte dorsal do rúmen.

Omaso:

O omaso é um orgão esférico preenchido por lâminas musculares que formam folhas, muito semelhantes às páginas de um livro. A mucosa estratificada pavimentosa que reveste as lâminas contém papilas cegas curtas. Cada lâmina é formado por 3 camadas de músculos, inclusive uma camada contínua central com a túnica muscular da parede do omaso

O omaso fica à direita do ruminorretículo, logo caudal ao fígado e, no bovino, em contato com a parede corporal direita. O omaso de ovinos e caprinos é muito menor d que o de bovideos e normalmente não fica em contato com a parede abdominal. O alimento entra no omaso pelo orifício retículo-omasal, entre as lâminas, e sai pelo orifício omaso-abomasal.

Abomaso:

O abomaso ou estômago verdadeiro é a primeira parte glandular do sistema digestório dos ruminantes. Sua parte proximal é ventral ao omaso e seu corpo estende-se caudal ao lado direito do rúmen. O piloro demarca a junção muscular do estômago com o intestino delgado e, como o piloro do suíno, tem um toro pilórico aumentado. 



O epitélio do abomaso consta principalmente de duas regiões glandulares, equivalentes à região fúndica glandular e à região pilórica glandular. A região cárdica glandular no abomaso está limitada a uma área muito pequena, adjacente ao orifício omasoabomasal.

Fonte: google.com





Feito por: Ana Letícia

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